sexta-feira, 7 de outubro de 2011

O Risco do Risca-Faca – Alexandre Rocatto

Correria na feira, pernas para quem te quer. O cadeirante tirou forças dos mitos, minotauro urbano ladeira abaixo. Mocinha, peitinho de pêra, esqueceu de empinar a bundinha pro Maneco da uva e correu também. Reinvenção do jagunço esquecido, o sangue de Jesus de poder atrás do muro da creche. A criança perdeu o brinquedo, trezentas vezes pisoteado no asfalto duro. Ai, meu Deus! A mãe segura mais forte a mão do menino, trote-galope, no que o catarro parou na camisetinha ordinária.

Olha o peixe! Leva o peixe, minha gente! Virou corre, gente! Corre, gente! Pernas de minotauro, uva também no chão duro. Por Deus! Meu Deus! Criançada e o jagunço, deu soluço e o sem ar...

Tiros na feira, as feras de um agreste perdido, ou Minas? Sertão, grande. Zé, ou Nuno? Não se sabe quem atirou primeiro. A voz do povo é a voz do povo: só crê quem vê. O resto, lero-lero.

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