terça-feira, 14 de julho de 2009



10:00 da manhã

─ Ô de casa?! Posso ter um minutinho da sua atenção?!
“Respeito é pra quem tem, pra quem tem...”
Claque, cerveja aberta, boca aberta, o café desce amargo. Na periferia qualquer Rap da antiga cheira nostalgia. Tua ausência me traz a favela de volta... E favela aqui na Sul é por toda volta. Molecada solta pipa com cerol... Ouvindo Racionais e planejando uma vida melhor. Zé povinho já faz a linha de frente, a novidade da noite na ponta da língua:
─ Nossa!!! A filha do Maneco da Val chegou quase agora! Saiu pra quermesse... Chegou agora!!! Se é a minha filha!!!
Engraçado mesmo, o “Mister M aqui na Sul é mais um mascarado” que faz mágica pra entreter “Jão”. E vai vendo minha responsa’: Eu sou referência ao meu redor, professor de escola estadual, pensam que sou um Robocop, enquanto tomo uma sopa rala de batata que comprei na promoção.
Escrevo por pura diversão, solitário, ouvindo latido de cachorro o dia inteiro e barulho de lata, pedra, ferro e madeira das pequenas reformas.
Uma salve pro Cléber, da Batista do Primavera, amigo de longa data. Lembra dos bailes do Callias? Das quebradas e das minas do Marsillac? Um salve pro finado Rodrigo, meu primo. Um salve pra Kelly, que esteja em paz. Pros brothers da Pel, homens que do inferno sonhavam o paraíso. Aos meus pais, sistemas de medidas eternas, um salve. Ao Cegalla. À Gillette. À Cevada. Um salve...

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