sexta-feira, 17 de julho de 2009

Um toque de rancor

Um suave toque de rancor

Pra multidão, ou pra eu mesmo? Welcome to my nightmare. Foi preciso recuar para poder saltar melhor. As frases, as sentenças me chegam causando arrepio, tal a sombra do passado. As palavras têm de ser fortes pra contradizer a sintaxe. A mensagem é um calabouço cheio de sons estridentes. Quem ama vive de boa com Deus. Quem ama... As palavras são para remexer suas entranhas... Pudesses nesta noite ser açoitado por uma avalanche de pensamentos contraditórios, sem se preocupar com a marca do sabão em pó que colocarás na máquina.
Ouço passos na laje, são os beija-flores noturnos, com seus olhos negros, seus pés negros, negociando um filho. O cheiro de cimento fresco entorpece. Foi aquele professor vagabundo que me fez acreditar em dias que nunca vivi, rodeado de sonhos... As palavras do pastor foram mais sinceras: “Aqui o mundo jaz no maligno”. Me dá logo a camisa de força pra eu poder me calar. Ah! quem ama!? Está lendo num calabouço frio Baudelaire.
Noite e dia, o relógio da minha existência dispara... Aprendi a ser conciso, na moita, falando difícil pros catedráticos e calmamente pros humildes entenderem. Take it easy. De mansinho, minha alma vai se acalmando. Afiei a faca no dia de ontem e a lâmina está ótima pra destrinchar aquela peça de acém do açougue da esquina. Então quem sabe a poesia? A minha!? Pobre diaba, tem a pressão dos dedos e línguas afiadas dos concursos que nunca venceram, por isso está congelada...

Ela é a casa das minhas memórias
Ela é a casa das minhas memórias
Uma bala na minha cabeça
Quando é que chega a massa fina?
Quando é que ele vai nascer?
Ela volta feito um dragão chinês
Segredou com a lua estranhamente
Saiu de suas entranhas um nome
Come on... come on...
Mal? Boro...
Marx? 2 Pac...
USA? Bin...
Din? Din...

The Range Against the Machine

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