sexta-feira, 24 de julho de 2009

Sua manhã feliz

Sua manhã feliz
(Século XIX)


By Richard Dreams Moonight


Tina estava casada com Ralf havia dois anos. Ralf era um famoso ator, ela, uma famosa atriz. Uma noite Ralf decide ir a uma Boate de Streep. Bebe por demais da conta. Entusiasma-se com a siliconada que tinha uma tatuagem da Betty Boom na nádega esquerda e um tribal “siga a flecha” na base da coluna. Distribui alguns dólares à performer para que lhe faça um agrado nas partes baixas (Censurado para menores de 18 anos). Às 7 da manhã acorda cercado pelo próprio vômito, deitado no chão frio da calçada.
Poxa, Richard!? Não era uma história feliz!?
Calma! Quando deu por conta de que Tina deveria estar louca atrás dele, decidiu levantar-se e encarar as conseqüências da noitada. Entra no carro, pára numa Loja de Conveniência, compra duas garrafas de isotônico e umas balinhas de eucalipto para disfarçar:
─ O Senhor tem chocolate aerado? Sabe onde tem uma floricultura por aqui? Pega as coisas, paga em dinheiro e anota o endereço da floricultura.
─ Os cravos! Pode embrulhar para presente! O sagaz floricultor respondeu que sem problemas, perguntou se Ralf tinha outras flores em casa e o aconselhou:
─ Cuidado com a poda! Ralf não poderia entender o que aquele senhor baixinho, de bigode tipo mexicano, estava aconselhando. A poda representa os cuidados que devemos ter com o jardim de nossas vidas. Ralf estava fedendo, de ressaca, com seus isotônicos, os chocolates, as balas e flores para agradar a esposa, tudo misturado àquele ser decadente aflito dentro do carro.
─ Eu estou f... P... que me pariu!!!
Vira o carro na esquina da rua de casa e a cada metro que se aproximava parecia que ia enfartar. Aciona o portão automático da garagem e coloca o veículo da melhor forma possível devido ao seu estado. Engraçado, mas o carro de Tina não estava na garagem, um conversível vermelho. Entra em casa, sobe até o quarto, vai até o grande quintal e vê se a esposa estava na piscina tomando seu suco de laranja matinal, nada. Volta para dentro da casa, em cima da mesa um singelo bilhete:
“Fui ao Dentista. Depois tenho um teste para aquele papel que comentei com você ontem, amor. Não me espere para jantar.
Kisses,
Tina”
Ralf não sabia se ficava aliviado, ou transtornado. A mulher não estava em casa. Será que ela estava muito brava? Será que perdoaria? Será que está se vingando? Sobe novamente para o quarto do casal. A cama estava extremamente bem arrumada, os lençóis branquinhos, tal qual na última manhã. Entra no banheiro para uma ducha. Há muita sujeira no boxe do banheiro e no chão, no lavatório, ainda estão os pelos da barba que havia feito a 15 dias. Termina o banho. Desce novamente as escadas e joga-se no sofá. Liga a T.V e procura insistentemente algum canal em que reconheça seu rosto.
Tina não estava ali havia mais de seis meses e o bilhete foram as últimas palavras amistosas que a mulher deixou ao marido antes de ir morar com um cirurgião plástico que conheceu numa festa no Bubble Gum Club.
Richard!? O que é isso!? Cadê a história feliz? Nossas telespectadoras estavam esperando uma história romântica.
Mas quem disse que a Tina não estava completamente feliz?

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